Trilha em Pirambu: perto da capital e com paisagens que te farão esquecer a civilização

19/02/2019


O que um pequeno município do Nordeste brasileiro, com população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 9.199 habitantes, cuja maioria dos habitantes vive da pesca e do turismo; localizado no menor Estado da federação, ou seja, Sergipe, pode oferecer como atrativo para os turistas?

Esta não é uma pergunta difícil de ser respondida, caso seja feita para quem conhece bem a região e entenda de um assunto específico: turismo. Sendo assim, quem melhor tem respondido a esse questionamento são os integrantes da Orbital Ecoturismo, que há cerca de dois anos fizeram com que a cachoeira do Roncador, um pequeno paraíso com queda d’água de cinco metros de altura, tenha entrado no gosto dos turistas, sergipanos ou não, principalmente dos que amam fazer trilha.

Para chegar ao local é preciso gostar de andar, de sol, ter disposição e muito protetor solar. A trilha, que tem início às margens da Lagoa Redonda (mais precisamente perto do ‘Dunas Bar’) e que dá nome ao povoado onde a cachoeira está – é feita em aproximadamente uma hora de caminhada normal, ou seja, sem pressa e curtindo a paisagem até ela, que é composta por dunas (que rendem fotos excelentes), uma linda vista do mar, de mangue e de um caminho feito por água doce vinda da cachoeira e que segue o curso até desembocar no mar.

Como não há mato alto, tampouco grandes subidas e descidas de morros, não há a obrigatoriedade de uso de calças ou sapatos específicos para trilhas. Porém, boné e camisa com proteção UV são itens necessários, ainda mais para quem não gosta de “pegar” muito sol, porque isso, amigos, vai ter para dar, vender e emprestar durante todo o roteiro.

O banho na cachoeira do Roncador é uma delícia: águas com temperatura agradável, ou seja, nem fria de ficar batendo o queixo, nem morna a ponto de impedir o aventureiro de permanecer um bom tempo nela. A queda d’água, como já falamos, tem cerca de cinco metros de altura, o que promove um momento “spa” bem relaxante para quem ficar embaixo dela.

Por ser um local pequeno, a lagoa que é formada pela cachoeira também possui tamanho reduzido e pouca profundidade, portanto, quem não souber nadar também pode sentir-se à vontade para desfrutar do momento relax. A depender do horário em que seja feito o caminho de volta é aconselhavel continuar usando tênis ou sapato fechado porque, como em Sergipe temos duas estações muito bem definidas, verão e quentura, as finas areias do caminho ficam muito quentes a depender do horário e, meu caro, pode acreditar, elas serão redutoras da velocidade dos seus passos, caso esteja com sandálias ou chinelas.

Quem faz essa trilha com o pessoal da Orbital ainda tem inclusos no roteiro mais duas oportunidades de banho: o de mar, que fica cerca de 20 minutos do local onde é feito o desembarque para iniciar a trilha; e na Lagoa Redonda, porém, em um ponto menos movimentado, já que há uma parte da lagoa que possui alguns bares, com pouquíssima infraestrutura, é bem verdade, mas que lotam durante os finais de semana. O banho de mar é outra delícia.

A praia é pouco frequentada e, por isso, também não oferece infraestrutura para quem quiser permanecer no local por muito tempo. Porém, para quem não poupa cliques e tem muito espaço na memória do celular, o ambiente rende bons ensaios fotográficos, inclusive, pelas dezenas de coqueiros nativos que compõem um cenário encantador. 

O único momento do passeio em que há um pouco mais de esforço é para chegar à parte não comercial da Lagoa Redonda, pois, para ter acesso a esse pedacinho de sossego é preciso enfrentar uma parte de ladeira, mas já aviso, nada fora do comum ou de difícil execução.

O QUE LEVAR?

Como falamos desde o início, este é um roteiro que não oferece tanta infraestrutura assim, por isso, o ideal é que na mochila estejam alimentos que não pereçam de forma fácil por causa do calor; água – pelo menos dois litros; barras de cereal, sanduíches e frutas. Protetor solar é item obrigatório e de uso praticamente contínuo durante o dia de lazer.

Protetor labial pode constar na lista daqueles com bocas mais sensíveis ao sol e boné ou algo que proteja a cuca também é fundamental. Por ser uma trilha com acesso a cachoeira e mar, roupa de banho é mais que indicada. E para aqueles que não curtem ficar com roupa molhada, toalha é algo opcional. Agora, indispensável mesmo é bom humor, animação e vontade de conhecer um pequeno paraíso ainda pouco explorado pelos sergipanos.

TEMPO DE PERCURSO

De Aracaju até o povoado Lagoa Redonda são aproximadamente uma hora e quinze minutos, para aqueles que não pararem em algum lugar para comer, comprar besteirinhas ou ir ao banheiro. Saindo da capital, o caminho é feito pela ponte Construtor João Alves, que liga os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros e dá acesso ao litoral norte de Sergipe. Seguindo pela SE-100 são cerca de 30 quilômetros para chegar a Pirambu e, da sede municipal até a entrada para a Lagoa Redonda são aproximadamente mais dois quilômetros. Não é difícil de chegar ao local, mas é preciso ficar atento às indicações na pista. Após sair da rodovia a estrada de acesso não é asfaltada, porém, o trajeto é tranquilo e pode ser feito por veículos de passeio, não havendo necessidade de usar carros com tração nas quatro rodas.

SOBRE PIRAMBU – PEIXE GRANDE, EM TUPI GUARANI

Distante 76 quilômetros da capital do estado de Sergipe e banhado pelas águas do Oceano Atlãntico, o município de Pirambu surgiu de uma colônia de pescadores e, talvez justamente por isso, tenha recebido o nome de um peixe.

É um dos maiores centros pesqueiros do Nordeste, de acordo com informações do IBGE, cujo site afirma, também, que o local começou a ser habitado em 1911 por índios, primeiramente, e logo em seguida por pescadores que tiravam o sustento dos rios Pomonga e Japaratuba. Foi um dos primeiros locais do país a receber o projeto Tamar de preservação das tartaguras Oliva, espaço que atualmente não está em funcionamento. (Esta é uma parceria entre o Pra Você Saber e a Orbital Ecoturismo)



Comentários

Mônica comentou:
Adorei a matéria. Já conheço a Lagoa.Falta a Cachoeira.Cadê o fone do grupo que faz a trilha?

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