“Abrir em dias alternados não é o ideal”
03/07/2020
Os cerca de 11 mil trabalhadores do setor da beleza que atuam em barbearias, salões de beleza e locais que promovem higiene pessoal (como depilação) nos municípios da Grande Aracaju (capital, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros) voltaram às atividades na última quinta-feira, dia 2 de julho, mas, hoje, dia 3, uma sexta-feira e dia em que, historicamente, o setor sempre apresentou boa movimentação de clientes, os estabelecimentos não puderam abrir as portas, pois, na decisão do governo estadual para a volta à ativa desses trabalhadores, consta que a permissão de funcionamento é apenas nas terças, quintas e sábados.
“Lógico que abrir três dias é melhor do que nada, embora o ideal, para nós, fosse poder funcionar todos os dias, mesmo que com redução de horário. Outra alternativa seria a liberação de abertura não em dias alternados, mas, corridos, de quinta a sábado, porque este período é muito melhor para o setor. Infelizmente não fomos ouvidos sobre o que seria o ideal para nós, mesmo o sindicato sempre se mostrando disposto a dialogar e tendo enviado ofício ao governador”, comentou a presidente do Sindicato dos Cabeleireiros, Similares e Autônomos de Sergipe (Sindicab), Rousy Leite.
Também constam das regras para a reabertura o atendimento a apenas 50% da capacidade instalada em cada estabelecimento; utilização obrigatória de EPIs e máscaras faciais para os trabalhadores; recomendação de agendamento dos clientes e intervalo mínimo de 30 minutos entre eles, tempo que será utilizado para a higienização dos equipamentos; o ambiente e mobiliário dos salões, barbearias a fins devem ser higienizados, no mínimo, quatro vezes por dia; priorizar um espaço arejado e com renovação de ar, além de outros itens constantes no Protocolo Sanitário Geral publicado pelo governo estadual.
REZAR, SÓ EM CASA
No dia 30 de junho, data em que o governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, fez o anúncio liberando a reabertura dos salões de beleza e afins, ele também deixou claro que os templos religiosos dos municípios da Região Metropolitana de Aracaju, portanto, a capital, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros não poderão funcionar, tampouco promover atividades com aglomeração de fiéis. Segundo ele, permitir a reabertura dos salões e similares em apenas três dias e não liberar a volta dos cultos religiosos é necessário para conter o avanço da doença na região que, à época, respondia por 60% dos óbitos registrados no Estado e 58% do total de casos confirmados. Até ontem, dia 2 de julho, a Grande Aracaju apresentava 69,7% do total de casos confirmados de COVID-19, e 60,7% do total de mortos em Sergipe pela doença.
A situação da pandemia no Estado e o início ou não da Fase Amarela da economia serão discutidas nos dias 13 e 14 de julho, quando estão previstas as reuniões dos comitês Científico e de Retomada da Economia. “Se os números de casos e mortes aumentarem existe a possibilidade de fechar o que foi reaberto, como está sendo feito em muitos outros locais que flexibilizaram antes de nós. A verdade é que não sabemos o que é certo ou errado nesta pandemia, por isso, mesmo sob críticas, estamos agindo sempre com cautela. Nosso foco é proteger vidas e não deixaremos de cuidar delas, mas, agora, chegou o momento da economia”, declarou o governador.