ARTIGO - Prevenção em tempos de pandemia

22/03/2022


*Por Aline Thomasi

Ao longo dos últimos dois anos, a pandemia transformou, de forma significativa, as prioridades em relação aos cuidados com a saúde. Diante das necessidades imediatas para o tratamento da Covid-19, hospitais privados e públicos tiveram que lidar com o expressivo e instantâneo aumento na demanda pela assistência relacionada à doença, sobretudo em áreas como pronto-atendimento e terapia intensiva.  

Mas, além da necessária assistência às questões mais urgentes para o tratamento da Covid-19, é preciso ampliar esse olhar e considerar, cada vez mais, outro aspecto essencial na abordagem sobre a saúde: a importância da prevenção.

O modelo de Atenção Primária à Saúde (APS), que preza pelo cuidado integral do paciente, coordenado por um médico de família e uma equipe multidisciplinar, é a chave para uma assistência baseada na responsabilidade com a saúde. 

As vantagens desse modelo são diversas, beneficiando tanto os pacientes quanto os próprios sistemas de saúde. Entre os pacientes, o cuidado coordenado e o monitoramento constante da Atenção Primária diminuem os fatores de risco e, consequentemente, a evolução de doenças crônicas e outras mais complexas, promovendo a qualidade de vida baseada na necessidade de cada indivíduo. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse tipo de atendimento é capaz de resolver cerca de 80% das demandas por cuidados de saúde, reduzindo em 17% as internações e em 29% a procura por serviços de urgência e emergência.  

Já para os sistemas de saúde, a medicina preventiva dos programas de APS possibilita uma atuação mais estratégica e assertiva, ao primar por uma utilização mais consciente dos serviços públicos e privados, com o melhor uso de recursos hospitalares e humanos.  

Na rede de clínicas Meu Doutor Novamed, em que atuamos com o modelo de assistência primária, já são cerca de 850 mil atendimentos realizados ao longo de seis anos, com resultados positivos de eficiência e satisfação dos pacientes.   

Ao falarmos em recursos humanos, é essencial destacar a importância do médico da família e comunidade para o sucesso dos programas APS. O estudo de demografia médica do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que o número de profissionais dedicados à Medicina da Família e Comunidade cresceu 30% em dois anos, e 171% na última década no Brasil.  

Com sua formação específica para esse modelo de atendimento, cabe a ele avaliar, caso a caso, a necessidade da realização de exames, de alguma medicação ou do encaminhamento para qualquer outro tratamento necessário ou especialista, bem como cabe ao profissional acompanhar os resultados do paciente. 

Além disso, a atuação do médico da família ampara o paciente durante a política de distanciamento social imposta pela pandemia. A partir do acompanhamento assistencial próximo e o conhecimento sobre o histórico médico, é possível reduzir a exposição do paciente a consultas presenciais com especialistas, e a realização de eventuais exames prescritos por esses profissionais. 

Em um setor pautado por investimentos em inovação, foco em atendimento humanizado, médicos especializados e altamente qualificados, o modelo de Atenção Primária à Saúde continua sendo um diferencial no atendimento assistencial, que contribui para uma nova consciência da sociedade em relação à importância do bem-estar físico e emocional. Em saúde, prevenir é sempre a melhor solução.

 

*Aline Thomasi é superintendente da rede Meu Doutor Novamed.



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