Chegue Aqui!!! #oretorno

07/08/2024


Eu sei que prometi escrever essa coluna com notinhas t o d a  s e m a n a... e sei que falhei com louvor nessa missão. Sim, os afazeres, a correria, e ouso até dizer que o TDAH autodiagnosticado (risos nervosos) me fizeram ser uma pessoa devedora desta coluna. Prometo tentar redimir-me a partir de então!

Confesso serem tantas observações, ou talvez, divagações, a respeito do cotidiano, sobre o que ouço, vejo e até do que falo diariamente, que se escrevesse sobre tudo daria um livro com, no mínimo, 365 páginas, uma para cada dia. Mas isso é papo para outro momento. Vamos às notinhas!

Sobre verdades e mentiras – Humberto Eco, escritor italiano que morreu em 2016, escreveu em “O nome da Rosa”, que “nem todas as verdades são para todos os ouvidos”. E realmente é. É muito comum falarmos que queremos sempre a verdade, doa a quem doer, mas muitas vezes preferimos a beleza, a ilusão e a plasticidade da mentira.

Sobre verdades e mentiras I - Desafio você, que lê esta coluna, neste exato momento, de não ter lembrado de alguma mísera vez que tenha ficado com raiva ou magoado com alguém que te contou uma indigesta verdade, mesmo que tenha falado em tom ameno e com uma comunicação não-violenta.

A causa animal que tem viseira de cavalo – Mais um pleito eleitoral iniciado, e confesso estar entediada com defensores da causa animal que querem nosso voto, e batem sempre na mesma tecla, e são incapazes de abrirem a visão para o macro. A bandeira é sempre a mesma, e geralmente ‘orbita’ entre prisão/punição para quem maltrata animais (ok, congratulações por isso), e nada de concreto para além de vacina antirrábica e castração animal.

  • Cadê um crematório público para animais, para que as famílias dos pets não tenham que jogá-los em terrenos baldios da cidade?
  • Cadê unidades de saúde para atendimento gratuito a animais?
  • Cadê um esquema vacinal mais robusto, com vacinas demasiadamente importantes para os pets? #ficaadica

Sergipano na França – Os Jogos Paralímpicos Paris 2024 serão iniciados no dia 28 de agosto, e terá sergipano, lagartense, no time Brasil de ciclismo. Trata-se do atleta paraciclista Ulisses Leal, de 44 anos, que foi convocado pelo Comitê Brasileiro Paralímpico para defender o nosso país. Aos 28 anos ele e o irmão foram vítimas de um motorista embriagado, que invadiu a contramão e atingiu frontalmente a moto em que estavam. O irmão do atleta faleceu seis dias depois do acidente; Ulisses permaneceu internado por 11 meses e ficou paraplégico. Dois anos depois do acidente ele começou a ressignificar desejos e a própria vida, e encontrou no esporte uma razão para voltar a sonhar.

Somos brasileiros e não estamos no mesmo barco – As pessoas têm a mania de dizer, “ah, estamos todos no mesmo barco”, qual nada pequeno alecrim dourado. Estamos todos no mesmo mar, porém, muitos estão em pedaços de tábua, outros em canoas, alguns em barcos a vela, a motor, em iate e tem que esteja em cruzeiros de luxo. Essa historinha não é sobre embarcações, mas sobre a desigualdade imperante no Brasil e a falta de oportunidade para uma grande maioria, em especial, claro, os pobres e negros que vivem nas periferias das cidades.

Somos brasileiros e não estamos no mesmo barco I – E o melhor exemplo disso é a maior medalhista olímpica do país, Rebeca Andrade. Filha de faxineira mãe solo que criou sete filhos, a estrela de Rebeca brilhou por ela ter integrado um projeto social em Guarulhos/SP. Agora me diga quantas Rebecas (ginastas, escritoras, skatistas, jogadoras de futebol, cientistas etc.) não existem pelo país? Quantas deixaram de brilhar por não terem a sorte de serem acolhidas e orientadas pela escola, por um projeto social? O problema do país está na base, ou melhor, na falta de coisas essenciais para ela. Falta educação desde a base, falta saúde desde a base, falta cultura desde a base, faltam amor, respeito e cuidado para quem está na base da pirâmide social brasileira.

Curte um swingão? Antes que você inocentemente responda que sim, pensando que escrevo sobre uma dança, um ritmo, preciso te dizer que o swing ao qual estou me referindo é a troca de casais em encontros sexuais. Bem, mas se mesmo depois de saber do que se trata, sua resposta ainda é sim, rs, saiba que dia 10 de agosto é celebrado o Dia do Swing, e que em vários estados, festas comemorativas já estão agendadas, viu. Só não me pergunte se tem casa de swing em Sergipe, porque não faço ideia.

Sociedade do Cansaço  – Em 2010, o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han escreveu um ensaio que se tornou livro, intitulado A Sociedade do Cansaço. Já faz 14 anos, mas parece que ele foi escrito ontem à noite, de tão atual que é. Vou transcrever um pedacinho do primeiro capítulo só para vocês entenderem do que estou falando.

Sociedade do Cansaço I – “...Visto a partir da perspectiva patológica, o começo do século XXI não é definido como bacteriológico nem viral, mas neuronal. Doenças neuronais como a depressão, Transtorno de déficit de atenção com síndrome de hiperatividade (TDAH), Transtorno de personalidade limítrofe (TPL) ou a Síndrome de Burnout (SB) determinam a paisagem patológica do começo do Século XXI. Não são infecções, mas enfartos, provocados não pela negatividade de algo imunologicamente diverso, mas pelo excesso de positividade...”

*Até a próxima semana com mais observações (ou será divagações?) de uma jornalista que ama comunicação, mas que tem aprendido o motivo, além do senso estético, é claro, de o ser humano ter dois olhos, dois ouvidos, e apenas uma boca.



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