Economia e pandemia: os impactos do corte da taxa Selic para a rentabilidade
10/06/2020
Junho começou, mas, os reflexos do que ocorreu durante o mês de maio ainda atingem a economia. O mês passado foi marcado pela redução da taxa básica de juros da economia brasileira de 3,75% para 3% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) foi a sétima redução consecutiva, e renovou o menor patamar histórico para a taxa Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação. O mercado financeiro esperava um corte menos agressivo, de 3,25% ao ano. De acordo com o Banco Central uma nova redução pode acontecer neste mês.
Ao analisar a rentabilidade dos investimentos, o assessor e sócio da BP Investimentos, Wilden Junior, esclareceu como a mudança impactou cada público. “A nossa vida financeira não para por conta dessa situação, mas, precisamos dar a devida atenção ao assunto. Quem tem um patrimônio maior, provavelmente, não vai precisar desse recurso para passar por este período e, se precisar, vai ser em um valor mínimo. Porém, para quem tem poucos recursos a preocupação neste momento não está na rentabilidade, mas sim, em pagar as contas e manter a subsistência no período da pandemia”, comentou.
Wilden Junior também destacou o impacto para o investidor pessoa física. “O principal impacto será na queda de rentabilidade, então, o investimento que rendia 3,75% vai render 3%. A poupança, que é um dos maiores investimentos do Brasil, começará a render aproximadamente 2,17% ao ano, o que chega a ser menor que a projeção da inflação. Então, uma coisa é fato: quem tem dinheiro na poupança é bem provável que perca dinheiro e poder de compra”, afirmou.
O assessor de investimentos revela que a solução para o momento é fazer investimentos com um prazo de tempo maior. “É preciso dividir em duas ‘caixinhas’. Em uma é preciso ter o recurso de emergência, que é aquele com o qual você não vai se preocupar com a rentabilidade, pois, vai priorizar a facilidade de resgate e segurança para momentos como o que vivemos, caso a pessoa precise. Na outra ‘caixa’ estarão aqueles investimentos com um prazo maior de tempo para que, assim, você possa buscar a rentabilidade, o que não necessariamente significa correr risco, mas, talvez, fazer um investimento a longo prazo, de dois ou três anos, ou seja, um prazo maior para conseguir uma boa rentabilidade”, orientou. (Texto e foto: Assessoria de Comunicação)