Entidades médicas de SE pedem o isolamento total da população

Neste domingo, dia 14 de março, Sergipe completou um ano do primeiro caso confirmado de infecção pelo novo coronavírus no Estado. Desde então foram confirmados 158.800 casos e 3.123 óbitos em decorrência da doença. A quantidade de mortes por Covid-19 tem aumentado dia após dia e, no domingo (14/03), mais 18 foram contabilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde. A rede hospitalar, tanto pública quanto privada, tem sido pressionada pela quantidade de pessoas internadas. Somente na rede pública a média é de 25 internamentos/dia. Leitos vagos em UTI para adultos estão cada vez mais escassos, principalmente na rede particular de saúde.

Dos 10 hospitais que estão com pacientes Covid, quatro estão com lotação de 100% ou mais, a exemplo do Hospital da Unimed, cuja ocupação é de 131,60%; três unidades estão com lotação acima de 80% e apenas os três locais destinados ao atendimento de crianças em estado grave por causa da doença apresentam ocupação inferior a 60%. Durante o final de semana o Hospital Primavera fechou, pela quarta vez este ano, a urgência e emergência do local. Já na manhã desta segunda-feira (15) quem suspendeu o atendimento de urgência foi o Hospital Renascença.

Na rede pública, dos 176 leitos de UTI Covid, 151 estão ocupados, resultando em uma taxa geral de ocupação de 85,8%. Na rede privada foram disponibilizados 135, mas, a lotação está em 143, portanto, 105,9% de ocupação.

Esses dados, somados ao baixo índice de isolamento social em Sergipe, que neste domingo (14/03) era de 46,4%, abaixo, inclusive, do percentual do País, que foi de 47,8%, fizeram com que as entidades o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (SINDIMED), a Sociedade Médica de Sergipe (SOMESE), a Academia Sergipana de Medicina (ASM) e a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES) escrevessem uma nota à sociedade sergipana na qual explicam os motivos pelos quais estão solicitando mais uma vez, e em caráter de emergência, que os governantes locais adotem medidas restritivas totais de circulação de pessoas visando conter a disseminação do vírus.

“Nas últimas semanas temos visto o crescimento exponencial na procura dos serviços para atendimento de urgência e emergência. O sentimento dos profissionais de saúde é de angústia, impotência e de esgotamento físico. Após um ano de pandemia estamos à beira de um ‘colapso’, se é que não o atingimos em nosso sistema de saúde”, declararam as entidades. Ainda de acordo com a carta, no domingo, 14/03, pacientes internados em UPA, em estabilização nos Hospitais Regionais e nas enfermarias dos hospitais privados aguardavam leitos de UTI. No dia 13 de março, ainda de acordo com a nota, 12 pacientes com Covid-19 aguardavam transferência pelo SAMU.

REUNIÃO DE EMERGÊNCIA

Diante do agravamento da situação em Sergipe, o governador Belivaldo Chagas convocou para às 15h desta segunda-feira, 15 de março, uma reunião extraordinária do Comitê Técnico-científico e de Atividades Especiais (CTCAE) com o objetivo de avaliar a necessidade de novas medidas restritivas para o enfrentamento da pandemia. Em entrevista à TV Sergipe, o superintendente de Comunicação do governo do Estado, Givaldo Ricardo, contou que os 11 leitos de UTI criados há uma semana foram preenchidos em 48 horas. Há a previsão de criação de 16 novos leitos ainda esta semana.

“Os três grandes hospitais privados da capital já não estão aguentando a pressão. Temos visto famílias inteiras internadas, irmão entubado ao lado de irmão, e esta é uma situação que tem nos preocupado demais, por isso, a reunião do comitê foi antecipada e pode sim, haver o anúncio de medidas mais restritivas”, comentou.