FENEN solicitará ao governo de Sergipe retorno das atividades escolares em agosto

29/06/2020


Deve ser entregue hoje, dia 29 de junho, à Federação das Escolas Particulares de Sergipe (FENEN)  o documento: “Protocolo de cuidados no ambiente escolar – instrumento de informação e comunicação dos procedimentos e orientações adotadas para a nova realidade da prestação de serviços educacionais”, encomendado pela FENEN/SE ao Instituto Motivação, de São Paulo. O plano foi desenvolvido para as entidades que atuam desde o berçário até o Ensino Médio, e ainda será apresentado aos cerca de 120 associados.

De posse deste protocolo, a intenção da FENEN/SE é entrega-lo ao governo do Estado, juntamente com a solicitação de que o setor possa retomar as atividades escolares no mês de agosto, caso a doença esteja controlada em Sergipe. Estas informações foram dadas pelo professor Renir Silva Lima Damasceno, presidente da Federação em conversa com o Pra Você Saber.

Ele disse que a previsão para agosto nada tem a ver com o “Plano Estratégico de retomada das atividades do segmento educacional privado brasileiro”, lançado pela Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) em 26 de abril, e que contém protocolos para três eixos: o da saúde, o pedagógico e o jurídico. De acordo com a Assessoria de Comunicação da FENEN/SE a contratação da empresa paulista foi necessária diante da falta de um protocolo específico, até o momento, contendo orientações e garantias necessárias para o setor, tanto por parte do governo do Estado quanto do município de Aracaju.

“Esta é uma situação nova para todos, com muitas interrogações que precisam ser discutidas, mas, o documento que foi criado a pedido da FENEN/SE é muito seguro, e vamos apresenta-lo às autoridades para discussão, para mostrar que as escolas particulares estarão seguras no momento do retorno”, enfatizou o professor Renir Damasceno.

A Ascom da Federação enfatizou que os pais devem ter em mente que, mesmo o plano sendo muito bem elaborado e cobrindo todos os aspectos existentes, ele só será posto em prática após submissão e aprovação do governo estadual e dos órgãos regulatórios, como Vigilância Sanitária, e que a reabertura ocorrerá havendo a permissão deles, por meio de decreto, pois, a FENEN/SE tem cumprido e cumprirá a Lei em vigor.

POR QUE REABRIR EM AGOSTO?

De acordo com a Ascom da FENEN/SE este seria o prazo ideal para que as unidades particulares de ensino promovessem as adequações necessárias, inclusive estruturais, indicadas no plano. “Não concordamos que os estabelecimentos de ensino tenham sido colocados na categoria especial e, por isso, serem os últimos a reabrir, pois, estamos preocupados em oferecer todas as condições necessárias para proteger a saúde dos que compõem a nossa comunidade escolar. O que é mais perigoso: crianças dentro de uma escola que segue todos os protocolos sanitários ou o transporte coletivo, com pessoas aglomeradas?” questionou.

O Instituto Motivação tem feito planos para outras federações escolares no Brasil. Em vários casos, algumas das mudanças propostas e que poderão estar no documento elaborado para a FENEN/SE são: prédios escolares contendo locais específicos para entrada e saída dos estudantes; pais não podendo adentrar às escolas; rígido e completo processo de desinfecção dos estudantes ao chegaram às unidades de ensino devendo, inclusive, fazer a troca dos sapatos; colocação, nas unidades de ensino, de vários pontos com dispersor de álcool em gel; troca do avental de proteção dos professores a cada três horas; alunos em salas de aula mantendo distanciamento mínimo de um metro e meio do colega; aulas em dias alternados para os estudantes e salas com número reduzido de estudantes.

Em outros Estados foram dadas, ainda, orientações para que as cantinas não fossem reabertas; para que as aulas em sistema remoto continuem em complementação à carga-horária letiva, e a obrigatoriedade do uso de máscara. “Estamos trabalhando para oferecer o ambiente mais seguro possível, mas, infelizmente, pode acontecer algo que fuja ao nosso controle ou, até mesmo, ao controle dos pais. É possível a nós, pais, garantir que o filho não sofra um acidente dentro de casa ou na escola? É mais ou menos a mesma questão”, pontuou o presidente da FENEN.

PAIS QUEREM OPÇÕES

A edição de um protocolo de cuidados no ambiente escolar, sem que a doença tenha entrado na curva de declínio e que haja uma vacina para imunizar contra o novo coronavírus, não é o suficiente para convencer todos os pais de que os filhos estarão em um ambiente escolar seguro. A empresária Gardênia Fonseca é taxativa ao dizer que a filha, de 12 anos de idade, não retornará para a sala de aula. Dentre os motivos está o fato de a menina ser asmática e possui longo histórico de internações para conter a doença. Atualmente, a garota está em homeschooling (ensino doméstico) e tem aulas diariamente das 13h30 às 18h30.

A empresária confessa que o homeschooling é extremamente cansativo e que impactou a rotina da família, mas, para ela, é desse jeito que tem que continuar até que algo efetivo contra a doença surja. “Se houver a decisão de que as aulas retornam ainda em meio a essa pandemia buscarei não só o laudo médico da pneumologista, como também o histórico de internamento hospitalar para levar ao colégio e exigir que haja outra alternativa. Eu pago a mensalidade em dia e quero a opção de a minha filha não estar presente fisicamente. Como farão? Isso não me compete, eles têm que dar opção aos pais, porque manda-la para uma sala de aula do jeito que está eu não vou, é o mesmo que encaminhar minha filha para o matadouro!”, declarou Gardênia Fonseca.

Quem partilha do mesmo sentimento é a autônoma Fabricia Salmeron, mãe de um menino de nove anos de idade. Ela confessa não estar segura em enviar o pequeno para a escola com o novo coronavírus em descontrole, provocando diariamente a morte de milhares de pessoas, sem a existência de medicamento para combate-lo ou vacina para preveni-lo.

“A gente já viu que não é uma doença que mata só idosos ou pessoas com comorbidade. Em Sergipe os números só aumentam, tanto de contaminados quanto de mortes. É uma irresponsabilidade das escolas pensarem em expor crianças e adolescentes a esse vírus, porque adultos ainda conseguem manter distanciamento dos outros, criança não! Mesmo havendo uso de máscara e outros equipamentos não é seguro, por isso, meu filho não retornará antes de tudo melhorar verdadeiramente. Deve ser oferecido aos pais outras alternativas e se elas não existirem cancelarei a matrícula”, garantiu.



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