Ministério da Saúde faz alerta: aumentam os casos de acidentes envolvendo escorpião durante o verão

14/01/2019


O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, pois o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Os escorpiões que habitam o meio urbano se alimentam principalmente de baratas, portanto são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. A adoção de hábitos simples é fundamental para prevenir acidentes. No ambiente urbano, para evitar a entrada dos escorpiões nas casas e apartamentos, a recomendação é usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar as frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Outra medida é afastar as camas e berços das paredes, e ainda vistoriar as roupas e calçados antes de usá-los.

Nas áreas externas, as principais dicas são manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico. Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões. Nas casas que possuem gramado ele deve ser mantido aparado. Outra recomendação é não colocar a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos, e usar luvas e botas de raspas de couro para realizar atividades que representem certo risco, como manusear entulhos e materiais de construção, e também nas atividades de jardinagem.

Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, é essencial preservar os inimigos naturais dos escorpiões, como lagartos, sapos e as aves de hábitos noturnos, como a coruja, pois estes são os principais predadores dos escorpiões. O Ministério da Saúde não recomenda a utilização de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões, porque além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que eles deixem os esconderijos, aumentando a chance de acidentes.

POPULAÇÕES MAIS EXPOSTAS

Os grupos considerados mais vulneráveis são os trabalhadores da construção civil, crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro de casa, nos arredores e quintais. Ainda nas áreas urbanas, estão sujeitos os trabalhadores de madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por manusearem objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.

A grande maioria dos acidentes com escorpiões é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os acidentados apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor) localizadas, cujo tratamento é sintomático. As crianças com idade abaixo de sete anos são as mais propícias a apresentarem sintomas longe do local da picada, como vômito e diarreia, principalmente nas picadas por escorpião-amarelo, que podem levar a casos graves e requerem a aplicação do soro em tempo adequado.

O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE?

A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo, assim, uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente. Em Sergipe, os hospitais referência para tratamento dos casos por picada de escorpião são:

Foto: Ascom HUSE

Em Aracaju: Pronto Socorro Nestor Piva, Hospital de Urgência de Sergipe e Pronto Socorro Fernando Franco (este último está sob interdição ética do Conselho Regional de Medicina, por problemas relacionados à escala de trabalho dos médicos, portanto, em caso de acidentes desta natureza, é melhor procurar as outras duas unidades citadas); em Canindé do São Francisco: Hosp. Hayde Carvalho Leite Santos; em Estância Hosp. Amparo de Maria; em Itabaiana Hosp. Dr. Pedro Garcia Moreno; em Itabaianinha: Hosp. São Luis Gonzaga.

No município de Lagarto a unidade referência é o Hosp. Regional Monsenhor Daltro; em Laranjeiras: Associação Beneficente Hospital São João de Deus; em Neópolis: Fundação de Beneficência São Francisco; em N. Sra. da Glória: Hosp. Regional Governador João Alves Filho; em N. Sra. do Socorro: Hosp. José Franco; em Poço Redondo: Unidade Mista de Saúde D. Zumira Soares; em Poço Verde: Hospital Regional Maria do Carmo Nascimento Alves; em Porto da Folha: Hosp. Dr. Francisco Rollemberg; em Propriá: Hosp. Regional São Vicente de Paulo; em Riachão do Dantas: Unidade Mista de Saúde Dona Caçula; e em Simão Dias: Associação Beneficente Nossa Senhora Santana. É importante lembrar que não é em todo caso de acidente que o soro será indicado, e apenas o profissional de saúde poderá fazer essa avaliação. O antiveneno é indicado em casos moderados ou graves. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.

O Ministério da Saúde registrou, no ano passado, 141,4 mil casos de acidentes com escorpiões em todo o país. No ano de 2017, foram 125 mil registros deste tipo. Esses dados ainda são preliminares e serão revisados, portanto estão sujeitos à alteração. Em 2016, foram 91,7 mil casos. Em relação às mortes, no ano de 2016 foram registrados 115 óbitos em todo o país e, em 2017, foram registradas 88 mortes em decorrência de acidentes envolvendo escorpiões. (Texto reproduzido do site do Ministério da Saúde, escrito por Camila Bogaz, da Agência Saúde. Foto principal retirada do site do MS)



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