O que é essa tal de sergipanidade?
29/10/2019
No último dia 24 de outubro foi comemorado o Dia da Sergipanidade, uma data que faz com que aqueles que amam estar no menor Estado da Federação cantem ou gritem aos quatro cantos como é bom viver aqui, a exemplo do que faz a Doutora em Química Analítica e Ambiental, Laiza Canielas Krause.
Há dez anos residindo em Aracaju, o destino utilizou a educação para fazer com a gaúcha descobrisse que, nas vidas passadas, as raízes que possuía eram todas nordestinas. “Eu amo Aracaju e me sinto sergipaníssima. Estou tão feliz aqui que já disse que, quando eu morrer, quero ser cremada – coisa que nunca pensei quando morava no Sul – e ter as minhas cinzas jogadas no mar de Aracaju”, confessou.
Mas, o que especificamente fez com que a Dra. Laiza Krause se apaixonasse por Sergipe? Segundo ela, foi o conjunto de coisas que ganharam o coração da sul-rio-grandense, como as belezas naturais, a praia, a comida, as festas juninas, a gentileza e alegria dos sergipanos. “Eu fico muito feliz com cada conquista que este Estado tem, e o contrário também acontece, fico triste com cada evento negativo, com cada perda, quando ouço alguém falando mal dele”, declarou. Sergipe foi a escolha quando decidiu sair do Sul e, mesmo nunca tendo morado em outro local do Nordeste, antes da mudança, garante que não existe outro lugar no mundo para ela que não as terras do cacique Serigy.
“Há 20 anos decidi conhecer os Estados nordestinos, por isso, saí do Rio Grande do Sul de avião direto para Fortaleza. Lá comprei um carro e fui descendo de volta para casa. Foram 23 dias de viagem e, dentre os locais por onde passei estava Aracaju, porém, naquela época, não imaginava que viveria aqui”, contou Laiza Krause, que, no dia da Sergipanidade, curtiu as manifestações realizadas por causa da data, algumas delas, ocorridas no Parque da Sementeira.
Quem conseguiu explicar um pouco essa tal Sergipanidade foi o músico e compositor Ismar Barreto, na música “Viver Aracaju”, onde ele, por meio de um passeio musical pelas principais belezas da capital sergipana e pontos de encontro da boemia aracajuana, conseguiu mostrar um pouco deste sentimento de pertencimento. “Tão longe de você/ vontade de morrer/ um poço de sofrer/ rezando pra te ver/ querendo só saber/ quando afinal, eu vou te ver// Comer muito siri/ andar de pé no chão/ descer a laranjeiras/ entrar no calçadão...”
E COMO SURGIU A DATA?
Bem, a gente sabe que no século XIX a comunicação não era tão rápida como nos dias atuais e, nos idos de 1800 Sergipe – que fora conquistado em 1590 por Cristóvão de Barros - ainda estava atrelado à Bahia, sendo a então capitania de Sergipe Del-Rei. Somente em 1820, mais precisamente no dia 8 de julho, que o Rei do Brasil e de Portugal, Dom João VI, assinou a Carta Régia elevando o local à Capitania Independente.
Porém, a notícia, ou melhor, a carta comprovando tal libertação só chegou ao destino final em 24 de outubro. Por muitos anos essa “dupla identidade” confundiu os sergipanos, imbróglio finalizado no ano 2000, quando foi modificado o artigo 269 da Constituição Estadual e o dia 24/10 deixou de ser feriado em comemoração à independência, mas, a data continuou sendo comemorada como o Dia da Sergipanidade. Como esta é uma data que ainda não existe oficialmente no calendário estadual, o presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Luciano Bispo, apresentou, no dia 24 de outubro deste ano o projeto de Lei nº 243/2019 com o intuito de, finalmente, instituir o dia de forma oficial.
Comentários
Realmente, a sua capital tem qualidades que sempre que aí vou, quero ficar. ..faz um bem danado !
Ow professora Laiza, estou muito agradecida pelas suas palavras, são pessoas que exalam amor por nosso Estado que fazem com que ele cresça cada vez mais!
Vc é fantástica Andrea!! Me pegou de surpresa!!! amei a reportagem! Falo mesmo a 4 ventos que amo nordeste, amo Aracaju, amo o sergipano que me recebeu de braços abertos!