Guia para enfrentar os caminhos das drogas

20/05/2022


 

O consumo excessivo de álcool pode ser trampolim para a dependência química de outras drogas, e com agravante: o início é precoce, até por crianças de nove anos, e acontece dentro de casa. É o que constata a psicóloga Cleuza Canan durante os mais de 40 anos de trabalho como especialista no tratamento de dependentes químicos, terapia familiar, cognitivo-comportamental e de adolescentes. 

Em seu novo livro “Guia de transformação de um dependente químico – faça certo que dá certo”, lançado pela editora Appris, ela traça ampla radiografia com histórias, reflexões e caminhos para a superação, a partir da experiência com êxito no atendimento de mais de 10 mil casos. 

A autora conta que um dos principais desafios enfrentados pelas famílias de dependentes químicos, nos dias de hoje, é criar barreiras protetivas frente a permissividade e disponibilidade das drogas em todos os segmentos da sociedade. No livro, Cleuza Canan mostra a importância da mudança de comportamento para superar a dependência química, de acordo com as etapas da evolução da recuperação.

“A proposta é motivar todos os envolvidos na busca por tratamento. E a aceitação da doença e do tratamento é o primeiro passo. Engajamento das pessoas próximas ao dependente no processo de recuperação, continuidade dos autocuidados, e seguir as regras e princípios para a manutenção da abstinência são outros pontos muito importantes”, completa. 

A psicóloga detalha no livro o método que utiliza no tratamento de dependentes de álcool e outras drogas, que é feito com apoio de equipe multidisciplinar, o “Faça certo que dá certo”. 

É um treinamento de habilidades comportamentais, simples e práticas, que auxiliam a família e o paciente no aumento da rede de proteção, e a diminuir os fatores de risco que levam ao uso de drogas. Através de um protocolo terapêutico que respeita as fases de evolução da abstinência, o profissional treina, supervisiona e controla de maneira objetiva as transições dessas fases.

O álcool continua no topo da lista como a droga mais consumida no país, e estima-se que o uso seja maior na faixa etária entre 18 e 25 anos, informa a autora. No Brasil, onde não há controle sobre acesso às bebidas alcoólicas, houve tendencia de aumento no consumo durante a pandemia.

“A falta de função paterna, aumento da permissividade para experimentar, e a vulnerabilidade da idade predispõem o jovem a se arriscar mais, e a envolver-se em situações que favorecem o consumo desde cedo. E com a predisposição para a doença, ele poderá desenvolver a dependência rapidamente”, afirma a psicóloga.

Sobre Cleuza Canan

Psicóloga, especialista no tratamento de dependentes químicos, terapia familiar, terapia cognitivo-comportamental e de adolescentes, atua há mais de 40 anos no tratamento, recuperação e prevenção à dependência química.

Atualmente, trabalha em Curitiba, no Paraná, com uma equipe multidisciplinar para melhor acolher e atender às necessidades específicas de cada pessoa, aplicando técnicas e métodos eficazes na busca por qualidade de vida e estabilização da doença.



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