Médico elenca avanços e desafios para pacientes com Doença de Alzheimer

17/02/2023


A Doença de Alzheimer acomete mais de 1 milhão de pessoas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Neurodegenerativa, a enfermidade é o tipo mais comum de demência, termo genérico usado pela medicina para identificar doenças cognitivas que acontecem, principalmente, na terceira idade.
“O Alzheimer é cada vez mais incidente na população em razão da maior expectativa de vida, mas envolve estigmas e falta de conhecimento, por isso a importância de desmistificar conceitos”, alerta o neurocirurgião funcional do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e médico chefe da área de Neurocirurgia Funcional da Disciplina de Neurocirurgia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Dr. Marcelo Valadares.

Um dos desafios do Alzheimer é entender o que, exatamente, acontece no cérebro dos pacientes. Acredita-se que ocorra acúmulo das proteínas Beta-amiloide e da Tau, responsáveis pela inflamação, desorganização e destruição das células do cérebro, principalmente em regiões como o hipocampo e demais áreas do córtex.

A certeza que a ciência possui é de que a enfermidade se manifesta, principalmente, a partir dos 65 anos de idade e leva à perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), mudanças de comportamento e até alterações psiquiátricas, como a depressão e quadros de alucinações.

Sintomas da doença

O Alzheimer progride de forma faseada. Inicialmente, o paciente apresenta sintomas leves e que são confundidos com outras condições, o que leva muitas vezes ao diagnóstico tardio. “Num segundo momento, as falhas de memória ficam evidentes. Já no avançar da enfermidade há comprometimento importante de inúmeras funções fisiológicas, como dificuldade de controlar a urina, de deglutir os alimentos, além de outras restrições”, esclarece o especialista.

Para ajudar a sociedade a compreender a doença, o Dr. Marcelo Valadares elenca fatos sobre o Alzheimer que são essenciais para quem convive com pessoas acometidas pela enfermidade. O primeiro deles é de que nem toda demência é Alzheimer, e essa é uma grande dúvida, já que associa-se a demência exclusivamente à patologia.

“Não existe uma doença chamada ‘demência’. Quando dizem que alguém tem uma demência, na verdade, ainda não existe um diagnóstico correto”, reitera Marcelo Valadares. A demência é o nome dado ao conjunto de alterações e perdas de memória, inteligência, cognição, raciocínio, capacidade de se comunicar e se relacionar, personalidade e habilidades”, frisa o profissional da saúde.

Sobre o diagnóstico

Para chegar ao diagnóstico da doença é necessário realizar análise clínica minuciosa realizada por neurologista que inclui entrevista com o paciente e cuidador, testes cognitivos, exames para identificar biomarcadores, e exames de imagem para diagnóstico da doença, como ressonância magnética e a cintilografia de perfusão cerebral.

“Um exame cognitivo pode mostrar perdas na habilidade, mas não é determinante para o diagnóstico. Para a identificação desta doença é preciso que exames de imagem sejam solicitados corretamente”, alerta o neurocirurgião. Com a identificação precoce do Alzheimer é possível iniciar o tratamento o mais breve possível, e empregar recursos para ajudar a estimular a área do cérebro acometida.

Embora ainda não seja possível impedir a progressão da enfermidade, o tratamento precoce significa melhorias na qualidade de vida e bem-estar do paciente. E, para tanto, também é essencial o papel do familiar ou das pessoas que convivem com o paciente, pois será a outra pessoa quem identificará as mudanças de comportamento nos idosos.

A lista de manifestações da doença inclui sintomas como perda de memória, mudanças comportamentos e disfunção da linguagem.

Algum medicamento cura o Alzheimer?

Hoje, a doença ainda não tem cura, mas há uma corrida acelerada da indústria farmacêutica em busca de um tratamento eficaz. Pesquisas clínicas na área trazem medicamentos que atuam, principalmente, nas proteínas vistas como causadoras do Alzheimer, mas ainda há um caminho de estudos árduo pela frente.

Algumas pesquisas até indicaram redução de perda cognitiva em pacientes analisados, mas também trouxeram efeitos colaterais indesejados e às vezes graves. Mas hoje existem opções que auxiliam no melhor controle da enfermidade e tratamento multidisciplinar com diferentes profissionais de saúde. “O importante é procurar ajuda médica”, frisa Dr. Marcelo Valadares.

Fonte: Assessoria de Imprensa



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