De trem em trem, dá para ver o quão impressionante a Espanha é!

18/11/2024


Por Saulo Oliveira Priez*

Viajar só pode intimidar muita gente, mesmo assim, oferece um grande número de vantagens. Por exemplo, o orçamento é bem menor e há mais liberdade ao se fazer escolhas com relação ao itinerário, o que fazer e quando. Mas antes de tudo é preciso ter confiança em si mesmo e aprender com os próprios erros.

Foi esse um dos motivos que me fez escolher visitar partes da Espanha de trem, parando em vários pontos turísticos que me interessavam, e sempre optando por estadias econômicas, porém pesquisando bastante antes de tomar decisões. Eu havia feito uma viagem parecida há alguns anos, indo de país em país, começando pela Bélgica e em seguida Países Baixos, Alemanha, Dinamarca e Suécia. Completamente sozinho. Desta última vez, achei por bem me inteirar mais sobre um país.

Comecei a viagem por Málaga, para de lá visitar Valência, Madri, a região da Galícia ( principalmente as cidades de Pontevedra e Santiago de Compostela), voltando a Madri para de lá passar por Córdoba, antes de retornar a Málaga para voltar ao meu ponto de partida, o Reino Unido.

O mais vantajoso neste tipo de viagem é já sair com um passe InterRail, ou EuroRail, que oferece mais flexibilidade ao viajante. No meu caso, eu poderia me deslocar em qualquer parte da Espanha por seis dias com um preço único, tendo apenas que pagar uma taxa extra por assento em cada trem. Foi por isso que acabei conhecendo parte do sul, centro e noroeste do país ibérico, em questão de poucos dias.

Ao visitar Málaga, o turista passa a entender o quanto a cultura muçulmana influenciou a Espanha. Córdoba também lhe remete ao califado e à época antes da reconquista dos reis católicos e da inquisição, que perseguiu judeus em toda a Ibéria. Valência, por sua vez, remete-nos ao período dos mouros, mas também à Roma antiga e à arquitetura moderna.

Madri, por ser a capital, tem muitos atrativos. Um detalhe, íberoamericanos podem visitar o Palácio Real de graça, mas é importante verificar o dia e o horário.

Adentrando na Galícia, vê-se que Portugal e Espanha são mais próximos linguisticamente do que se imagina. Quem se depara com o idioma galego nota que entre ele e o português há muitas semelhanças. Dá para se conversar com galegos sem muitas dificuldades. E dá para ler o galego bem rapidinho também, uma vez que lhes sejam explicadas algumas diferenças na grafia. Por exemplo, José se escreve Xosé, queijo se escreve queixo. O x soa como a nossa letra j. O j não existe no galego.

Para economizar nos alojamentos, optei por reservar quartos na casa das pessoas pelo site AirBNB. Como estava só todo esse tempo, não quis ir para hotéis. Preferi compartilhar o espaço com pessoas que poderiam me explicar o que fazer, para onde ir, e assim por diante. Foi muito interessante ver esse lado mais doméstico de cada parada em meu trajeto. Foram apenas em dois locais onde fiquei em um espaço só meu, o que me agradou, mas me fez perceber o quão importante é ter pessoas ao redor com quem conversar.

Quem quiser fazer uma viagem deste tipo precisa se organizar bem. É melhor já reservar passagens, assentos e alojamentos para o trajeto inteiro, o que reduz imensamente o estresse e permite que se tenha mais tempo para aproveitar cada local.

Também aconselho que o turista pesquise sobre cada parada, e já tenha uma certa ideia do que vai fazer, até mesmo reservando pela Internet ingressos para museus, galerias ou palácios. Isto permite mais tempo livre ao chegar em cada destino. Veja também como funciona o transporte público, e o que pode ser visitado a pé.

Outra coisa que ajudou bastante foi ter amigos em algumas das paradas, o que me fez ter companhia durante trechos desta viagem. Aqui na Europa muita gente faz esse tipo de passeio. Então, é normal se deparar com pessoas simpáticas. Eu mesmo falei com tanta gente que nem parecia estar só todo este tempo. Sem falar que os espanhóis com quem tive o prazer de encontrar foram muito acolhedores.

 

 

*Saulo Menezes de Oliveira Priez graduou-se em

Comunicação Social e Jornalismo na Universidade Federal de Sergipe

e vive há pouco mais de vinte anos na Inglaterra,

onde firmou-se e construiu vida e carreira na área de comunicação,

apesar das diferenças linguísticas e culturais.



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