Após 2 mil mortes, Trump muda discurso e defende quarentena

30/03/2020


Por Andréa Moura

“A população deve ficar em casa até o dia 30 de abril”. Esta é a mais nova determinação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciada no início da noite deste domingo, 29 de março, durante entrevista coletiva, e que mostra o quanto ele mudou de posicionamento com relação à pandemia, pois, há menos de 15 dias cogitava encerrar o distanciamento social até a Páscoa, que este ano será comemorada no dia 12 de abril.

Porém, com o avanço do número de norte-americanos contagiados pelo coronavírus, que até este domingo estava na casa dos 120 mil, o presidente dos EUA não só ampliou o tempo em que a população deve ficar dentro de casa, como também, informou que o Food and Drug Administration (FDA) aprovou um novo teste para detecção da COVID-19 que emite o resultado em cinco minutos.

“É uma completa novidade que vai nos ajudar a vencer a guerra contra o vírus. Poderemos aplicar essa testagem rápida em todas as pessoas que estão fazendo atendimento de saúde. Temos que diminuir a velocidade de contágio em lugares de risco, como em hospitais e lar para idosos”, declarou Trump. Segundo ele, o país que governa só ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de casos positivos (quase 126 mil) porque é o que mais aplica testes no mundo. Porém, embora o número de pessoas infectadas seja alto, ele considera a taxa de letalidade baixa (são quase 2.200 mortos).

No que se refere ao uso da hidroxicloroquina e da azitromicina em pacientes internados, Donald Trump disse querer ter sempre acesso às melhores informações para que as melhores decisões sejam tomadas, por isso, considerou prematuro falar se os efeitos do uso desses medicamentos nos pacientes tem surtido os efeitos esperados.

“Ainda é cedo, começou há apenas dois dias, pode funcionar e termos resultados incríveis, ou não”, comentou, informando que cerca de mil pessoas estão sendo testadas com esta terapêutica em Nova York, cidade onde, recentemente, o Exército Norte-Americano e a Agência de Gestão de Emergência transformou, em cerca de quatro dias, um centro de convenções em hospital com 2.900 leitos.

A FDA também autorizou usar em pacientes graves, por meio de transfusão, o plasma retirado de pacientes curados da COVID-19, pois, segundo a declaração de Trump, seria material rico em anticorpos. A ideia é fazer com que o sistema imunológico do paciente agravado possa reagir. “Temos bons resultados preliminares, mas, continuaremos os testes. Isso não é nada fora do comum e já foi usado para tratar outras doenças infecciosas, a exemplo da gripe espanhola, em 1918, pandemia com consequências antes nunca vistas, até agora”, frisou.

Ele disse, ainda, que a FDA tem agido de forma célere no que diz respeito a autorizar os pedidos ligados ao combate contra o coronavírus. O próximo pleito que deve ser avaliado, como disse Donald Trump, é a esterilização de máscaras para reutilização o que, segundo ele, ajudaria muito.

Com relação ao desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus, o presidente dos EUA disse que os estudos têm avançado rapidamente, que ela seria uma resposta para a situação, porém, é necessário terapia para quem já está infectado, por isso, também, as análises com plasma e os medicamentos já citados. “Estamos em comunicação com outros países, temos os melhores do mundo e todo o nosso arsenal, enquanto Nação, está sendo empregado e trabalhando de forma dura para que possamos vencer o vírus”, garantiu. (Foto: reprodução do site da BBC)



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