OIT afirma: cresce, no mundo, número de jovens que não trabalham nem estudam

11/03/2020


O número de jovens que não trabalham, não estudam ou recebem treinamento está aumentando no mundo, e as mulheres enfrentam mais que o dobro de chances de serem afetadas por essa situação, segundo novo relatório divulgado na última segunda-feira, dia 9 de março, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Jovens com idade entre 15 e 24 anos que estão empregados também enfrentam risco maior do que os trabalhadores mais velhos de perderem o emprego por causa da automação. Aqueles com treinamento profissional são particularmente vulneráveis, destaca o relatório.

“Isso reflete como as qualificações adquiridas por meio de treinamento profissional voltado para obtenção de um emprego específico tendem a se tornar obsoletas mais rapidamente do que as adquiridas em programas de educação geral”, afirmou o relatório, lembrando a necessidade de os programas de treinamento profissional serem revisados e modernizados para que atendam às novas demandas da economia digital.

A mais recente edição do relatório intitulado “Global Employment Trends for Youth 2020: Technology and future of Jobs (GET Youth 2020)” – “Tendências globais de emprego para a juventude 2020: tecnologia e futuro dos emprego”s mostrou que, desde a edição anterior, publicada no ano de 2017, houve tendência de alta em relação ao número de jovens que não estudam nem trabalham.

Em 2016 havia 259 milhões de jovens nessa situação, número que, em 2019, foi estimado em 267 milhões. A expectativa é de que esse número continue aumentando até atingir 273 milhões em 2021. Em termos percentuais, a tendência também é de aumento, passando de 21,7% em 2015 para 22,4% em 2020. Segundo a OIT, a trajetória indica que a meta estabelecida pela comunidade internacional de reduzir substancialmente a taxa de jovens que não estudam ou trabalham até 2020 não será alcançada.

Em todo mundo existe 1,3 bilhão de jovens, dos quais, 267 milhões não trabalham nem estudam. Dois terços, ou seja, 181 milhões, são mulheres. “Muitos jovens em todo o mundo estão desconectados da educação e do mercado de trabalho, o que pode prejudicar as perspectivas a longo prazo, além de prejudicar o desenvolvimento socioeconômico de seu país”, disse Sangheon Lee, diretor do Departamento de Políticas de Emprego da OIT.

Para ele, o desafio será equilibrar a abordagem flexível necessária para alcançar esses jovens com fortes políticas e ações necessárias para mudar a situação. “Uma solução única para todos não funcionará”, observou o diretor da OIT. O relatório GET Youth 2020 mostra que os jovens que concluem o ensino superior têm menos probabilidade de serem substituídos pela automação no trabalho. No entanto, enfrentam outros problemas, uma vez que o rápido aumento do número de jovens com diploma no mercado de trabalho superou a demanda por mão de obra com formação superior, e, consequentemente, resultou em uma redução salarial para esse tipo de emprego.

“Não estão sendo criados empregos suficientes para esses jovens, o que significa que o potencial de milhões de pessoas não está sendo aproveitado adequadamente”, disse Sukti Dasgupta, Diretora da Divisão de Políticas de Emprego e Mercado de Trabalho do Departamento de Políticas de Emprego da OIT. Segundo ela, não é possível desperdiçar talento ou o investimento feito em aprendizagem se o intuito for, realmente, enfrentar os desafios impostos pela tecnologia, pela mudança do clima, pela desigualdade e pela demografia. “Precisamos de estruturas de políticas integradas e de sistemas de treinamento responsivos, projetados com base no diálogo entre governos, trabalhadores e empregadores”, finalizou. (Fonte: ONU Brasil)



Comentários

Nenhum Resultado Encontrado!

Deixe um Comentário

Nome
E-mail
Comentário