Como eu posso te ajudar hoje?
25/06/2020
Por Andréa Moura
Até parece frase que fica no colete de atendente de loja de departamento, ou de banco quando quer nos seduzir, não é mesmo? Mas, esta é uma das frases mais usadas por Fabrícia Salmeron quando em contato com algum consulente. Ela é uma bela mulher de 39 anos de idade, casada, mãe de um menino, dona de longos cabelos negros, olhos grandes e de uma cor enigmática - porque não são nem castanhos, nem verdes – , de uma voz suave e fala pausada. Ela é, em pleno século XXI, o perfeito estereótipo das mulheres da Idade Média que eram consideradas bruxas, não somente pelo tipo físico, mas, também, por ser uma pessoa que vive e defende o sagrado feminino e que, através do seu dom, ajuda outras pessoas a melhorarem os estados físico e espiritual.
Terapeuta Holística há mais de 20 anos e oraculista há aproximadamente seis, Fabi Futhark tem um extenso currículo quando o assunto é psicoterapia holística, pois trabalha com fitoterapia, fitoenergética, florais de Bach, florais de Minas, florais de Saint Germain, cromoterapia, iridologia, cone chinês e auriculopuntura. Como se não bastasse, ainda domina, com muita maestria, a leitura de dez tipos de oráculos. Após esse breve histórico é bem capaz de você, leitor, pensar que ela foi iniciada na arte de cuidar já no berçário, e você não está errado não, rs.
Porém, antes de assumir mesmo essas ocupações, Fabrícia trabalhou em outras áreas por um tempo, chegando, inclusive, a quase concluir os cursos de nível superior em Marketing e em Pedagogia, e sabe por quê? Para tentar atender a um desejo externo, social e que, como podemos perceber, não era o dela. “Fui em busca de outras áreas e depois vi que não deveria ter saído do lugar que me pertencia, que me realizava, que é o de lidar com pessoas, de cuidar do ser. Como este era o meu caminho, no final das contas, mesmo tendo iniciado outras carreiras, não abri mão, verdadeiramente de nada, porque a minha escolha sempre foi trabalhar com espiritualidade”, declarou a jovem bruxa.
E para quem acha que trabalhos espirituais ajudam somente os consulentes, Fabi Futhark mostra que ele vai muito além, por isso, além de ajudar ONGs e Instituições que visam o bem do próximo, uma vez ao mês ela faz, gratuitamente, atendimentos e presta auxílio espiritual a quem realmente está necessitando. Te convido a conhecer um pouco mais do trabalho que ela realiza lendo, a partir de agora, o resultado do bate-papo que tivemos.
PRA VOCÊ SABER - Vamos explicar para as pessoas o que faz uma psicoterapeuta holística e uma oraculista, falar sobre a diferença, ou não, dessas duas artes.
FABRÍCIA SALMERON - A psicoterapia holística é o cuidado com o ser. Nela, a gente utiliza várias técnicas dentro da medicina alternativa, da medicina chinesa, de cuidado real com a parte emocional e física das pessoas. Não canso de dizer que essas terapias devem ser aliadas à medicina tradicional, que a pessoa nunca deve deixar de fazer os tratamentos tradicionais, de usar medicações, de seguir os tratamentos médicos por causa da terapia alternativa, pois, ela serve para, junto com a medicina tradicional, ajudar a pessoa a passar mais rápido por aquele processo de doença.
O oraculista trabalha com o auxílio dos oráculos, que também não deixa de ser um tipo de cuidado com o ser, só que, aqui, se trabalha diretamente com o baralho, com o tarô. O oraculista estará acessando o subconsciente de cada um, estará ajudando as pessoas a encontrarem um caminho, a terem uma percepção melhor de situações que ela própria não consegue enxergar por estar envolvida demais e, às vezes, outra pessoa traz uma percepção melhor sobre a situação, sobre ela mesma. Portanto, um é a parte mais de colocar a mão na massa e fazer o tratamento ao ser, e a outra, de fazer uma leitura da situação e da pessoa, para, em conexão com o astral, também ajudar, só que de uma forma diferente.
PVS – Você trabalha com mais de um oráculo, com quantos ou tipos de, você trabalha? Por que conhecer tantos tipos? Todos são usados nos jogos?
F.S. -Trabalho com mais de dez tipos de oráculos e trabalhar com tantos é mais uma questão minha, de conhecer mais, de ir em busca do novo, de conhecer a energia de cada oraculo, afinal de contas, um oraculista não é obrigado a conhecer diversos deles. Porém, gosto de aprender, de sentir a energia de cada tarô, pois, acredito que cada um tem a energia própria, embora todos façam uma leitura muito bacana quando são manipulados de forma correta, só que eu realmente gosto de conhecer a energia dos diferentes tipos de oráculos. Por exemplo, vou citar dois dos que trabalho. O baralho cigano, também conhecido como baralho de Lenormand, responde muito bem às questões relacionadas à família e ao amor. Já o baralho de Maria Padilha fala muito sobre as questões energéticas, sobre influências energéticas que são direcionadas para a pessoa, sobre as questões espirituais.
PVS – Há quanto tempo você atua na área e como descobriu sua vocação?
F.S. - Como Terapeuta Holística há uns vinte anos, como oraculista há uns seis. A minha vocação, na verdade, vem de muito tempo. Sou oriunda de família espirita e minha irmã sempre esteve muito ligada às questões espirituais. Desde muito nova eu pegava os livros dela para ler, li praticamente todos os de Paulo Coelho ainda muito nova. Creio que eu tinha uns 10 anos de idade quando ela me deu de presente um gnomo e, naquela época, praticamente na década de 80 ninguém falava sobre gnomo, sobre esoterismo, só que ela já estava bem ligada a isso, e eu ia observando, me encantando com esse mundo, ou seja, desde aquela época que eu já tinha uma coisa, uma ligação com esotérico, inclusive, cheguei a trabalhar em uma loja que ela tinha com produtos dessa linha, portanto, minha vocação eu descobri desde muito nova.
Só que quando a gente decide ir por caminhos que não são aceitos, tolerados pela sociedade, tentamos achar outros, a gente tenta “ouvir” outros chamados, trilhar outros caminhos, porém, fazemos isso mais na tentativa de agradar a sociedade que a nós mesmas. Por causa disso me desviei por um tempo da minha missão, e depois voltei para ele, para o caminho da terapia holística porque os oráculos me preenchem muito bem, eu sou muito feliz fazendo o que faço.
PVS – Como terapeuta holística, quais os tipos de atendimento que você faz? Explique um pouco sobre cada um deles.
F.S. – Trabalho com auriculopuntura, que são as esferas e as agulhinhas no pavilhão auricular; com iridologia, que é a leitura da íris e através da qual conseguimos perceber quais as fragilidades na saúde, nos órgãos, que a pessoa está tendo; com florais de Bach, que chamo de gotinhas de cura, tratamento no qual a pessoa estará trabalhando o lado emocional por meio das essências; trabalho com cone chinês, indicado para quem tem problemas de sinusite, rinite, problemas no ouvido, pois, ao ascender o cone no ouvido do paciente estaremos trabalhando na circulação do corpo e, ao mesmo tempo, tratando os problemas existentes no nariz, no ouvido, como labirintite; trabalho com cromoterapia através do bastão cromático, e este é o atendimento onde cada cor trabalha no equilíbrio de um chakra. Também atuou com geoterapia, que consiste no tratamento com argila; a fitoterapia, que é o uso das ervas no cotidiano e a fitoenergética, que é o uso dos banhos com ervas.
PVS – No caso dos oráculos, você não atende presencialmente, e esta é opção que pode deixar muitas pessoas em dúvida quanto ao trabalho realizado. Por que optar por consulta on line, mesmo o/a consulente estando na mesma cidade que você?
F.S. – Não estar em contato presencial com os consulentes é uma orientação dos mentores espirituais com que trabalho, e eles me pedem isso por questões energéticas. Embora muita gente não saiba, quando você faz uma consulta on line também há troca, há perda de energia, pois, você está em conexão. As pessoas costumam se perguntar: mas, será que funciona? Eu digo, com toda a certeza, que sim, que muito, que é a mesma coisa do presencial e não há nada de diferente porque estaremos manipulando energia, e energia é algo sutil, que pode ser trabalhado à distância. Porém, esta é uma decisão mais dos meus mentores do que minha, como uma forma realmente de preservar a minha energia.
Além do mais, trabalhar virtualmente me dá a oportunidade de atender, de ajudar a mais pessoas. Tenho consulentes que estão fora do País, que estão na França, na Espanha, em Londres... então, me abre também a oportunidade de atender pessoas de todo o mundo. Outra coisa que é muito interessante neste tipo de atendimento é que as consultas podem ser guardadas e, conforme as coisas forem acontecendo ou quando a pessoa precisar de um acolhimento, pode ouvir a consulta novamente. Muitas vezes, no presencial, o consulente está tão nervoso que nem absorve todas as informações passadas, pelo WhatsApp não, as respostas estão ali, guardadas, e isso é muito bom.
PVS – Existe alguma pergunta que não possa ou não deva ser respondida pelos oráculos, ou repassada do oraculista ao consulente?
F.S. - Sim, pelo menos no meu trabalho não falo sobre morte, sobre tragédias, sobre doenças terminais, sobre coisas graves. Esta é uma decisão minha junto com os mentores espirituais com que trabalho, porque o objetivo de uma consulta não é aterrorizar o consulente, não é deixar a pessoa abalada. Obviamente que eu posso ver situações deste tipo, mas, na hora de repassar eu apenas digo coisas como: faça um check-up da sua saúde, você pode estar passando por uma situação mais difícil, mais complexa... a gente vai falando com jeito, com cuidado. Existem muitos oraculistas que fazem leitura de tragédias, de mortes e já atendi várias pessoas que vieram para desesperadas por causa de revelações deste tipo em consultas, de leituras que foram feitas de maneira aterrorizante e isso é muito ruim, por isso não costumo fazer. Além de não achar bacana esse tipo de leitura, considero totalmente desnecessário apavorar alguém em uma leitura oracular que é para oferecer ajuda, luz e respostas que devem auxiliar o consulente.
PVS – Muitas pessoas acreditam que os oráculos são meramente jogos adivinhatórios. Eles são mesmo?
F.S. - Os oráculos não são apenas jogos adivinhatórios, até porque acredito que o futuro é totalmente mutável, que conseguimos modificar a energia da nossa vida o tempo inteiro, então, na minha visão, não existe um futuro fixo porque se existisse seria muito desconfortável para o ser humano e, além do mais, Deus nos deu o livre arbítrio. Para que esse livre arbítrio se reencarnássemos já com um futuro escrito, imutável, como se fosse um roteiro de filme. Onde estaria esse poder de escolha, de decisão? Muitas vezes a adivinhação no jogo pode acontecer, como por exemplo, quando vemos a energia de um projeto que vai dar certo, de um casamento que vai fluir, ou não, porém, os jogos são orientações, vemos a energia e orientamos a pessoa a fazer algumas coisas que trarão melhoria para a vida dela, que ajudarão a ter cautela com relação a alguns caminhos, mas, definir um futuro fixo para alguém, eu não acredito.
PVS – O que impede que uma pessoa possa se consultar?
F.S. - Acredito que a ingestão de bebida alcóolica antes de fazer a consulta. Se a pessoa beber não é bom submeter-se a um jogo oracular porque estará com a vibração baixa, de maneira significativa, pois, o álcool faz isso, ele influência diretamente na nossa energia. É melhor remarcar, porque antes de abrir um oráculo é necessário estar com a vibração elevada, tanto que peço que aos consulentes que estejam tranquilos, que façam alguma oração antes de começarmos. Também não considero legal fazer jogo quando a pessoa não está em um dia bom, com a energia ruim ou atrapalhada, digamos assim, emocionalmente.
PVS – Qualquer pessoa, de qualquer religião, pode se consultar?
F.S. – Sim, porque os oráculos não estão ligados a religiões, eles são utilizados há muito e muito tempo, sendo uma ferramenta de conexão com o divino, e este divino pode ser Deus, Oxalá, Buda, o que for. Estará sendo acessado o inconsciente da pessoa através do jogo, que é um auxílio. É um erro achar que há proibição em virtude de crença religiosa. O oraculista até pode estar ligado a alguma religião, mas, no momento em que está abrindo o oráculo ele não está impondo religião a ninguém. O meu tipo de oraculo, por exemplo, é terapêutico, de intuição, claro, mas, que estará ajudando a pessoa que me procurou nas dificuldades e dúvidas que ela possua, não estando associado a qualquer religião.
PVS – Sobre quais assuntos as pessoas podem perguntar?
F.S. – Pode perguntar o que quiser. Sobre projetos, amor, saúde, às vezes sobre a influência de pessoas, de familiares. Realmente, a única leitura que não faço é sobre morte, é assunto proibido no oráculo.
PVS – Com quanto tempo um consulente pode fazer nova consulta, e por quê?
F.S. – Se for para saber das mesmas questões, com um mês, que é um tempo considerado bom para que o universo possa agir, para que a energia circule e as coisas mudem. Agora, se forem questões novas, no dia seguinte à consulta a pessoa pode solicitar nova leitura.
PVS – É possível descobrir, por meio dos jogos oraculares, se foi feito algum tipo de trabalho energético contra o/a consulente?
F.S. – Sim! Nos jogos oraculares existem cartas que mostram se tem trabalho feito, se existe energia que foi manipulada para alguém. Conseguimos ver se tem alguma influência ou energia de trabalhos direcionados, de feitiços em cima da vida do consulente.
PVS – Qual o caso que mais te chamou a atenção ao longo desses anos de trabalho?
F.S. – Por incrível que pareça um dos casos que mais chamou a minha atenção está associado à morte. Tenho uma consulente muito querida, por sinal, e ela veio para mim para saber sobre uma pessoa que ela conhecia e que estava no hospital, internada, sem me falar a gravidade do caso. Me deu o nome da pessoa e disse assim: ‘como está a saúde de fulana de tal que está internada no hospital? Vai ficar tudo bem?’. Você deve lembrar que eu disse que não faço leitura sobre morte ou tragédias, e vi, no jogo que a pessoa faria a passagem. Ela estava muito aflita e eu apenas falei para ela que era preciso ter muita fé, muita força, orar muito porque o quadro era delicado. No dia seguinte à consulta a pessoa realmente fez a passagem e só então eu soube que se tratava da mãe dessa consulente.
Estive próxima a ela depois que isso aconteceu, porque não canso de dizer, e eu acredito que seja uma diferença do tarô terapêutico, que neste tipo de consulta estamos sempre perto da pessoa, pelo menos os meus consulentes estão sempre em contato comigo. Não sou aquele oraculista que fala com a pessoa no dia da consulta e depois não tem mais vínculo, a não ser quando é procurado para nova consulta. Eu gosto de manter contato, de ajudar a pessoa no dia-a-dia, orientando, indicando, por exemplo, um banho com ervas, cuidando realmente do ser, é um trabalho realmente diferenciado nesta questão.
PVS – Você sofre preconceito pelo trabalho que realiza, principalmente quando fala sobre os deuses das religiões de matrizes africanas?
F.S. – Sim, sofro bastante, porém, confesso que já sofri bem mais. Hoje diminuiu um pouco porque estou tentando passar informações sobre o assunto. Por exemplo, quando trabalho o tarô dos Guardiões, que é o tarô dos Exus e Pombo-giras, ou quando trabalho com o baralho de Maria Padilha, que é um tarô voltado para uma entidade de esquerda, sempre deixo claro que a gente precisa sair da ignorância, que precisamos quebrar aquele telefone sem fio, que é ficar ouvindo informações dos outros sem buscar conhecimento, a verdade sobre o assunto, sem buscar fonte de sabedoria, como saber quem são os Orixás, quem compõe a esquerda da Umbanda, do Candomblé. Precisamos sair da ignorância porque, quando buscamos conhecimento paramos de sair por aí divulgando, repetindo bobagens.
Quando você ouve que Exus e Pombo-giras, ou que as religiões de matrizes africanas são coisas do diabo só está repetindo, como papagaio, o que foi ouvido de pessoas preconceituosas. Hoje em dia, com tanta facilidade de acesso à informação, seja por meio da Internet ou dos livros, só permanece na ignorância quem quer. Tem muita informação para quem quiser conhecer sobre as religiões e parar de propagar bobagens, preconceito. Quem realmente conhece as religiões de matrizes africanas sabe o poder que elas têm e como trabalham para o bem. Hoje em dia sofro muito menos preconceito do que quando comecei porque procuro estar sempre divulgando o assunto, sempre postando matérias nas minhas redes sociais ou falando sobre essas religiões pedindo para às pessoas que busquem conhecimento e saiam desse ciclo de ficar repetindo visões erradas.
PVS – Qual o pior ataque que você já recebeu pessoalmente ou pelas redes sociais?
F.S. – Um dos piores ataques que sofri, quando comecei, foi receber mensagens de evangélicos falando que eu era mensageira do demônio, que iria para o inferno. Certa vez, quando eu trabalhava na loja de produtos esotéricos da minha irmã, passaram dois evangélicos e abriram a porta para falar que aquela loja era do diabo, que era satânica, e outras coisas do tipo que a gente busca relevar porque sabemos que não é nada disso, mas, são situações que acabam nos entristecendo porque as pessoas utilizam a religião apenas para sair espalhando as maldades, as iniquidades.
Deus, Jesus ele não ensinou o ódio, ele não pregou o ódio. Quem prega o ódio são as pessoas e usam o nome de Deus para isso, o que é um absurdo, pois, a partir do momento em que alguém usa a religião da qual faz parte para ferir ou massacrar outrem está provado que ela não entendeu absolutamente nada sobre a bíblia, sobre Deus, sobre amor ao próximo, é uma pessoa está, simplesmente, se escondendo atrás da religião para colocar a podridão que possui para fora.
PVS – As pessoas têm procurado os jogos oraculares como forma de ajuda-las a atravessar essa turbulência chamada pandemia? Como eles podem ajudar nesse momento delicado de muita confusão mental, preocupação e medo?
F.S. – As pessoas têm sim procurado muito os oráculos neste período, principalmente porque estão com horário reduzido de trabalho, preocupadas com questões profissionais, de empregabilidade. Tenho notado, também, que o fato de as pessoas terem tempo mais livre estão buscando meios de se conectarem com a espiritualidade, com coisas que podem trazer bem-estar, porque subiu muito a quantidade de pessoas com ansiedade, depressão, tristeza, o que é “aceitável” por causa do que estamos passando.
As pessoas estão com medo do futuro, com medo do amanhã, estão apreensivas e, por tudo isso, aumentou sim a procura. E os oráculos ajudam bastante a dar conforto, a dar uma nova visão, orientação para os caminhos. Sempre que termino os jogos tenho ouvido muita gente falar: nossa, que bom, foi alívio para meu coração, me trouxe paz, tranquilidade, nova visão sobre determinadas situações. E que bom, porque os oráculos são justamente pra isso e, nesta época, também são aliados importantes para ajudar no direcionamento de quem está perdido.
PVS – Por várias vezes, em suas redes sociais, você se autodenominou bruxa. Qual seria a definição de bruxa e por que as pessoas associam tanto as bruxas a algo negativo?
F.S. – As bruxas, bruxos e feiticeiros são, na verdade, pessoas que estão em conexão com a natureza o tempo inteiro, são pessoas que buscam o poder dos cristais, das ervas, que buscam conhecer essa sabedoria ancestral para trazer benefícios para a saúde e para parte da nossa alma. Infelizmente as pessoas ainda têm preconceito muito grande quando ouvem a palavra bruxa, e isso é por causa da Idade Média, do ranço que ficou da época da Inquisição, quando mulheres foram discriminadas, chamadas de bruxas e mortas justamente por buscarem conexão com a mãe natureza e utilizavam esse poder para o bem do corpo e do espirito. Eram mulheres sabias, que tinham conhecimento sobre as ervas, que sabiam utilizar a defumação.
Quando falo que sou bruxa, que trabalho, é porque estudo muito essa questão do paganismo, da época em que os pagãos eram apenas pessoas que viviam nos campos, que conheciam e celebravam os ciclos da natureza, a chegada da primavera, que trabalhavam em conjunto com a natureza, respeitando-a. Então, todas as pessoas que vivem dessa forma podem se considerar, se intitular bruxas, porque ser bruxa é estar em conexão com a natureza e os animais, e respeitá-los em primeiro lugar.
PVS – Para trabalhar com questões espirituais é necessário ter uma boa conduta de vida, disciplina em vários aspectos, pois, o “viver” do oraculista não pode se contradizer com o propósito do trabalho, correto? Sendo assim, como é o seu dia-a-dia? Vai para balada? Fuma? Ingere bebidas alcoólicas?
F.S. – Para trabalhar com oráculos, pelo menos eu, e digo eu porque vejo pessoas trabalharem de outras formas com os oráculos e elas continuam fazendo coisas “normais”: bebem, fumam, vão à festas e isso, muitas vezes, não desmerece o trabalho delas, conseguem desempenha-lo – e essa minha fala não é uma crítica, é importante ressaltar. Só que a linha com a qual trabalho é mais severa, atuo com os hindus, com a parte oriental. Por isso, eu não fumo, não bebo, não frequento lugares densos, com energias pesadas, não vou a festas, procuro manter o ambiente da minha casa equilibrado. Trabalho bastante a questão da meditação e tomo meus banhos com ervas, porque estou desenvolvendo um trabalho espiritual com pessoas e, se eu não estiver bem, não mantiver uma energia boa, não conseguirei desempenhar bem meus oráculos, não conseguirei ter uma boa conexão e fazer uma boa leitura.
O fato de as pessoas gostarem do meu trabalho é porque tenho esse cuidado, é porque estudo muito, estou sempre conectada com coisas boas, estou sempre pesquisando, estudando os tarôs, pois, meu trabalho é aliado com a terapia, então uma coisa vai ajudando a outra, por isso, busco esse cuidado comigo, com a minha energia para poder trabalhar. Se em algum momento eu fugir disso, se eu começar a sair, a frequentar ambientes pesados, a beber, a fumar e a viver uma vida desregrada eu tenho toda a certeza que a qualidade dos meus jogos e do meu trabalho vai cair. Tenho mentores muito severos com relação a isso e procuro sempre manter a energia elevada para poder ajudar as outras pessoas também porque, na verdade, esta é a função do oráculo, oferecer luz, auxílio.
Fotos: Arquivo pessoal.
Comentários
Excelente profissional! Uma estudiosa das terapias holísticas, mulher forte, com uma luz suave e bela.Recomendadíssima!