Crianças com câncer: Infectologista ressalta a importância da vacinação
11/01/2022
A alta no número de casos de síndrome gripal e de Covid-19, com a nova variante Ômicron, que é altamente transmissível, traz luz à importância da imunização de crianças e jovens, principalmente aqueles em tratamento contra o câncer, que podem desenvolver formas graves da doença.
A desinformação e a falta de acesso a atendimento médico são, ainda, alguns obstáculos para alcançar ampla cobertura vacinal. Diante desse cenário, o Hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer (GRAACC), localizado em São Paulo e que é referência no tratamento de casos de alta complexidade de câncer infantojuvenil, ressalta a importância da imunização deste público no combate à Covid-19.
“Estudos recentes em pacientes pediátricos com câncer demonstram a importância e a gravidade da Covid-19 nesse grupo. Aumentar a cobertura vacinal permite que doenças infectocontagiosas não circulem e não se propaguem rapidamente. Por isso, a vacinação se torna indispensável para todos, principalmente em pacientes imunossuprimidos, devido à baixa imunidade”, destaca Dra. Fabianne Carlesse, infectologista pediátrica do Hospital do GRAACC.
A infectologista afirma que as vacinas são seguras e salvam vidas. Além disso, é importante reforçar que o distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos são medidas preventivas fundamentais.
Vacinas para pacientes oncológicos
Para pacientes em tratamento quimioterápico, algumas vacinas são recomendadas, a exemplo da vacina contra a influenza (vírus da gripe) e a vacina contra o pneumococo para prevenção das doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, que pode causar pneumonia, otite, amigdalite e sinusite, além de trazer complicações ao paciente.
O tratamento do câncer requer cuidados, por isso, as vacinas com microrganismos vivos têm o momento certo para serem aplicadas, normalmente duas semanas antes do início da quimioterapia, ou após três a seis meses do término do tratamento, dependendo do quadro clínico do paciente. São vacinas de vírus vivos: BCG (tuberculose), febre amarela, poliomielite oral (paralisia infantil), rotavírus, varicela e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
É importante lembrar:
- Nunca fique sem a máscara quando estiver em qualquer outro ambiente que não seja sua casa;
- Apesar da oferta de álcool em gel no comércio em geral, tenha sempre um frasco com você para qualquer eventualidade ou emergência;
- Evite e não deixe que as crianças toquem paredes, portas, corrimões, botões e qualquer tipo de superfície; caso ocorra, higienizar as mãos;
- Redobre a atenção quanto ao uso de celulares e tabletes enquanto estiver em ambiente externo, e mantenha-os sempre higienizados;
- Prefira passeios ao ar livre e mantenha o distanciamento social sempre que possível;
- Evite aglomerações, seja em parques, clube, piscina, e principalmente em locais fechados como shoppings, lojas e supermercados. Neste último, evite ficar mexendo em produtos nas gôndolas;
- Evite abraços, beijos e apertos de mãos.
Sobre o GRAACC
O Hospital do GRAACC é referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento de ensino e pesquisa.
O GRAACC é a primeira instituição do País, especializada em câncer infantojuvenil, a receber a acreditação da Joint Commission International (JCI), uma das organizações mais conceituadas do mundo na área de certificações em serviços de saúde. Em 2020, atendeu cerca de 4 mil pacientes de todo o País e realizou mais de 32 mil consultas, além de cerca de 1,5 mil procedimentos cirúrgicos; 20,5 mil sessões de quimioterapias e 66 transplantes de medula óssea.
Em 30 anos de atividades o Hospital do GRAACC elevou o patamar do tratamento de alta complexidade do câncer infantojuvenil no Brasil para mais de 70% de chances de cura.