Estudo mostra alto índice de gravidez não planejada no Brasil

17/12/2021


O índice de gravidez não planejada no Brasil continua alto e alarmante. Recente pesquisa realizada pela Bayer, em parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e conduzida pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) revelou que 62% das mulheres internautas pesquisadas já tiveram pelo menos uma gravidez não planejada.

O estudo teve como objetivo entender o cenário atual do Brasil em relação à gravidez não planejada, bem como o conhecimento e acesso das mulheres aos métodos contraceptivos. Foram ouvidas mil mulheres, de todas as regiões do país, das classes A, B e C, que já tenham engravidado.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas online, via painel de internautas, entre agosto e setembro de 2021. Em comparação ao estudo anterior, houve aumento em relação à taxa, que antes era de 55%, e ambas estão acima da média mundial, de 40%.

Os dados apontam, ainda, que 48% das mulheres que tiveram alguma gravidez não planejada engravidaram pela primeira vez entre os 19 a 25 anos de idade. Portanto, o estudo conclui que planejamento familiar, conhecimento e acesso a métodos contraceptivos modernos são fundamentais para garantir a independência e dignidade das mulheres.

"A gente fala muito sobre a importância do planejamento familiar, que vale tanto para a mulher, quanto para o homem. Uma gravidez não planejada, claro, não significa necessariamente que o filho não seja desejado, muito pelo contrário. Mas, precisamos garantir que as mulheres possam decidir quando e com quem elas querem ter filhos. A maternidade tem impacto na vida pessoal, financeira e profissional. Entre as jovens, inclusive, também pode afetar os estudos," explica Dra. Thais Ushikusa, ginecologista, obstetra e Gerente Médica de Saúde Feminina na Bayer Brasil.

De acordo com a médica, índices altos de gravidez não planejada estão diretamente ligados ao conhecimento e acesso a métodos contraceptivos. “A Bayer, como líder em saúde feminina, acredita que deve garantir que mulheres de todo o Brasil possam ter acesso a métodos modernos para poderem escolher se querem ser mães, e quando gostariam de ser", observou.

Conhecimento é palavra-chave

Saber quais são, como funcionam e como devem ser utilizados os métodos contraceptivos disponíveis é fundamental. Os principais motivos apontados pelas pesquisadas, a terem tido uma gravidez não planejada foram: não fazer uso de método contraceptivo (34%); falha do método (27%); e o uso de maneira errada (20%).

Além disso, apesar de 54% das mulheres não utilizarem métodos contraceptivos quando engravidaram sem planejar, hoje, 65% destas delas concordam que se tivessem, à época, mais conhecimento sobre contraceptivos, poderiam ter evitado a gravidez.

O que os dados da pesquisa revelam é um possível desconhecimento sobre os métodos contraceptivos, mesmo os mais tradicionais, como a camisinha e a pílula anticoncepcional. A pílula deve ser tomada diariamente, sempre no mesmo horário, e alterar a regularidade reduz a eficácia. Já a camisinha precisa ser colocada de forma correta e apenas uma (para evitar rompimento). Também não pode ser colocada tardiamente e deve ser retirada logo após a relação.

A Dra. Maria Celeste Osório Wender, professora titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Diretora de Defesa e Valorização Profissional da Febrasgo, diz que é importante salientar que todo método, quando utilizado de forma incorreta, aumenta os riscos de gravidez.

Ela também comentou sobre os impactos da gravidez não planejada no Brasil, e alertou que a escolha do método contraceptivo deve ser, sempre, realizada em consultório e com a devida orientação do(a) ginecologista. 

"Além de ser avaliado o método mais adequado, de acordo com a saúde da mulher e os planos familiares que possui, as devidas orientações sobre funcionamento, adaptações ao método e possíveis mudanças podem ser feitas de forma mais assertiva, promovendo maior conhecimento e confiança entre as mulheres" explica Dra. Celeste Osório.

Mais resultados da pesquisa

53% das entrevistadas aprenderam sobre contracepção com a ginecologista ou outro profissional da saúde, e 27% aprenderam na escola. 68% começaram a vida sexual até os 18 anos, e 66% não foram a uma ginecologista antes de terem a primeira relação sexual, índice que sobre para 71% nas mulheres da classe C.

A pesquisa aponta, ainda, que 29% das mulheres que participaram da pesquisa não foram ao ginecologista antes de iniciar a vida sexual porque não sabiam dessa necessidade; e 27% não procuraram ajuda profissional por vergonha. O levantamento também demonstrou que entre as mulheres que usam contraceptivos, 23% o fazem por conta própria; 6% por indicação de um familiar; 2% por indicação de amigos; e 2% pela internet.

Contraceptivos de longa ação

Os métodos contraceptivos de longa ação, como DIUs hormonais, DIU de cobre e implante têm revolucionado a contracepção, e contribuído de forma positiva para o planejamento familiar das mulheres. Apesar de ainda não serem os mais utilizados, 94% das mulheres entrevistadas concordam que os métodos de longa ação trazem mais liberdade e autonomia.

Dra. Thais Ushikusa explica que os métodos contraceptivos de longa ação dão mais liberdade para as usuárias, porque não precisam se lembrar de usar diariamente, e que a depender do tipo escolhido, têm eficácia comprovada entre 99,2% e 99,9%.

“A colocação é simples e, no caso do DIU, desde que seja feito acompanhamento para garantir que está no local correto, a mulher pode viver tranquilamente sabendo que a eficácia do método se mantém”, afirma a ginecologista.

Fonte: Assessoria de Imprensa



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