Governo de Sergipe vai construir nova orla em Aracaju

31/01/2020


Por Andréa Moura

Se fazer fotos e vídeos na praia, em um local composto apenas por areia e mar, já rende imagens de tirar o fôlego, imagina fazer esses registros em uma orla urbanizada, completamente nova e com uma pegada super moderna. Pensou? Então trate de se preparar para esses momentos, pois, ainda no verão 2020, Aracaju oferecerá à população, turista ou residente, o mais novo cartão postal da capital: a Orla Sul.

Serão 17 quilômetros de extensão completamente urbanizados, compreendidos entre o antigo Hotel Parque dos Coqueiros e o Farol do Mosqueiro. A obra é do governo do Estado e deverá ser iniciada no mês de março, como informou o secretário de Estado da Comunicação e do Turismo, Sales Neto, ao Pra Você Saber. O projeto já está aprovado e não somente pelo staff governamental, mas também pelo Ministério Público Federal, que acompanhou todo o processo de confecção. Após a conclusão da Orla Sul a capital sergipana terá toda a beira-mar urbanizada, o equivalente a quase 23 quilômetros de extensão.

A concepção de toda a intervenção foi das arquitetas Clarisse Almeida e Jéssica Engel, da Ágora Arquitetos, e terá um custo total de execução de aproximadamente R$ 75 milhões. Os cerca de 17 quilômetros estarão divididos em onze trechos. Esta primeira fase da obra compreenderá as etapas 1, 2 e 3A, cujo intervalo vai do antigo hotel até as proximidades do restaurante Sollo. A previsão, de acordo com o secretário Sales Neto, é de que a Ordem de Serviço da etapa 1 seja dada em meados do mês de março, pois, a licitação referente a ela já ocorreu e está em fase de homologação.

Sales Neto, secretário de Estado da Comunicação e do Turismo

“Após darmos a Ordem de Serviço da etapa 1, as outras duas ocorrerão de forma subsequente e dentro de um prazo de tempo que deverá ser de quinze ou vinte dias entre elas. A previsão é de que estas três etapas estejam finalizadas ainda no verão deste ano”, comentou Sales Neto. Apenas para reforçar o discurso, quando o secretário fala em verão 2020 ele se refere ao mês de dezembro.

RECURSOS PRÓPRIOS

Os três primeiros trechos do projeto têm custo total de R$ 30 milhões, dinheiro que já está garantido e será totalmente oriundo dos cofres do governo do Estado, portanto, recursos próprios. Mas, para as próximas fases, a gestão buscará ajuda, seja por meio de emenda parlamentar, de orçamento da União ou através de convênio com o Ministério do Turismo, como explicou Sales Neto. “Iremos em busca de verba sim. Mas, caso não consigamos, o governo estadual fará o restante com recursos próprios também”, garantiu.

Questionado se a obra irá “mexer” de alguma forma com os bares existentes ao longo dos 17 quilômetros, Sales Neto disse que não haverá reforma de bares e restaurantes, tampouco oferecimento de espaço para novos, uma vez que o Projeto Orla Sul compreende a chamada faixa não onerosa, ou seja, modificará apenas os espaços comuns como passeios, rodovia e bolsões de estacionamento.

Estão previstas as construções de equipamentos para uso comum como quadras poliesportivas, praças, pontos para contemplação, espaços para piquenique, área para festas e intervenção cultural, dentre outros, além do Memorial dos Náufragos.

Parte da vegetação existente hoje na região em frente ao Petroclube e ao Tecarmo será retirada. “Urbanização e paisagismo também estão contemplados no projeto. Haverá, sim, a necessidade de aparar uma quantidade daquela vegetação, porém, outra quantidade será aproveitada no próprio plano e tudo isto já possui licença ambiental da Adema para ser feito”, informou o secretário de Estado.

A ideia de urbanizar todo o lado sul da orla marítima aracajuana nasceu ainda na gestão do ex-governador Jackson Barreto, surgida da necessidade de criar um novo cartão postal para o turismo em Sergipe. De acordo com o secretário, o Estado possui uma das orlas mais bonitas do Brasil já edificada e com equipamentos importantes, e a construção da Orla Sul será um marco no desenvolvimento turístico sergipano. “A geração de novos pontos turísticos é importante e entendemos que, neste setor, toda a construção de uma infraestrutura melhor é um chamariz para ajudar no desenvolvimento dele”, observou Sales Neto.

MEMORIAL DOS NÁUFRAGOS

De acordo com o secretário de Estado da Comunicação e Turismo, o Memorial ficará em terreno vizinho ao cemitério que tem o mesmo nome. Ele será todo interativo, seguindo os moldes do Museu da Gente Sergipana, com muitas projeções, vídeos e documentos daquela época que estão guardados. O Memorial dos Náufragos integra a fase 3B do projeto e exporá um momento importante da história de Sergipe, já que, até o torpedeamento de três navios mercantes próximo à costa sergipana, em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial e causando a morte de 551 pessoas, o Brasil não havia declarado posição no combate.

Dr. Dilton Maynard - Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS

Após o naufrágio destas e de outras duas embarcações na costa da Bahia, vitimando mais 56 pessoas, o presidente da época, Getúlio Vargas, declarou guerra contra os países do Eixo, portanto, à Alemanha, Itália e Japão. Estas informações são frutos de uma pesquisa realizada pelo Dr. Dilton Maynard, professor e pesquisador da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Ele relata que os ataques nas costas sergipana e baiana foram atribuídos ao submarino alemão U-507. Em Sergipe, ele causou o naufrágio das embarcações Baependi, quando morreram 270 pessoas; Araraquara, provocando 131 óbitos e Annibal Benevolo, com 150 mortes. O submarino U-507 foi afundado em 1943 no litoral norte do Brasil pela Força Aérea dos Estados Unidos.



Comentários

MARIA JOSE FREIRE DE ANDRADE REBOUCAS comentou:
Boas novas! Nós do Loteamento Santa Clara, no Mosqueiro, ficaremos aguardando as benfeitorias que essa obra poderá trazer. Uma área tão linda e completamente abandonada!!
Maria Aparecida vieira Souza comentou:
Acho louvável uma orla Sul, no entanto a parte da praia dos artistas e farol continua no abandono total. Uma lástima.

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